Quase todos os professores de escolas públicas no Brasil (98%) usam
livros didáticos, segundo levantamento do QEdu: Aprendizado em Foco, uma
parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann, organização sem fins
lucrativos voltada para a educação. Do restante, 1% acredita que o livro
não é necessário e 1% não usa porque a escola não tem.
O levantamento é baseado nas respostas ao
questionário socioeconômico da Prova Brasil 2011, aplicado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep). Além disso, os livros didáticos ocupam o segundo lugar dentre os
mais lidos pelos brasileiros, logo depois da Bíblia, segundo
levantamento do Instituto Pró-Livro. No Dia Nacional do Livro Didático,
comemorado nesta quarta-feira (27), a Agência Brasil conversou com
especialistas sobre o papel dessas obras no ensino brasileiro.
“O livro didático é, ainda hoje, a principal ferramenta de professores e
alunos, e ainda é o principal referencial educativo”, diz a professora
da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Circe
Fernandes Bittencourt, coordenadora do Livres, site que reúne as obras
escolares de 1810 a 2005. Segundo Circe, ao longo do tempo o Brasil teve
grandes avanços, mas ainda o livro é pensado para o professor.
“O livro didático não é a única ferramenta, nem a principal, mas é
necessária. Tentamos mesclar os livros com textos e exercícios, outras
referências que trazemos para sala de aula”, diz Correia. Apesar do
esforço para selecionar a obra mais adequada, a pesquisa do QEdu, mostra
que 17% dos professores, o que equivale a 36,5 mil docentes, não
receberam o livro que solicitaram. Além disso, 7% dos professores (15
mil) dizem que os alunos não receberam o material no início do ano
letivo.
No ensino público, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o
responsável pela aquisição e distribuição dos livros. A distribuição é
feita diretamente pelas editoras às escolas, por meio de um contrato
entre o FNDE e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os
livros devem chegar às escolas entre outubro e o início do ano letivo.
Nas zonas rurais, as obras são entregues na sede das prefeituras ou das
secretarias municipais de Educação, que devem entregá-las às escolas.
O PNLD é executado em ciclos trienais, ou seja, a cada ano o FNDE compra
e distribui livros para todos os alunos de determinada etapa de ensino,
repõe e complementa os livros reutilizáveis para outras etapas. Em
2012, foram comprados livros para os alunos do ensino médio, com
investimento de R$ 883,5 milhões para a etapa, para atender a 9,3
milhões de estudantes entre o ensino regular e a Educação de Jovens e
Adultos (EJA). Esse número supera o do Censo Escolar 2012, no qual são
registrados 8,1 milhões de alunos. Além disso, houve a reposição dos
livros para o ensino fundamental, somando mais R$ 443,5 milhões.
Para 2013, o investimento foi R$ 1,2 bilhão. Pela primeira vez, escolas
do campo de 1.º ao 5.º anos com mais de 100 estudantes receberão obras
selecionadas. Está aberto o processo seletivo para as obras a serem
disponibilizadas no ano letivo de 2015. As inscrições vão até o dia 21
de maio e as editoras podem também apresentar obras multimídia, que
reúnam livro impresso e digital
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão
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