terça-feira, 8 de janeiro de 2013

VEJA UM POUCO DA CAPITAL DA CULTURA POTIGUAR



Catedral de Santa Luzia, um dos ícones de Mossoró.
Mossoró enfrentou o bando de Lampião e venceu. Oh terra de cabras machos! Naquele 13 de junho, do ano de 27, Virgulino Ferreira invadiu a cidade e foi combatido por bravos resistentes, liderados pelo prefeito Rodoldo Fernandes e pelo Padre Motta, o verdadeiros heróis da saga mossoroense.

Localizada a 267 km de Natal e a 220 km de Fortaleza, Mossoró é a segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Norte. Por sua diversidade e riquesa, Mossoró também é conhecida como a “capital do oeste potiguar”, a “terra do sol”, do “petróleo e do sal”.

Apesar de localizar-se no sertão, a cidade possui fácil acesso às praias, sendo Tibau a praia mais próxima com menos de 30 km de distância, seguida pelas deslumbrantes praias de Areia Branca como Upanema (48 Km), Ponta do Mel (53 Km) ou Morro Pintado (50 m).

Os mossoroenses sentem orgulho de suas tradições, de um passado ilustrado de fatos históricos e de suas festas juninas, formando um tripé de atrações, que ao longo dos últimos anos vêm atraindo muita gente para a cidade. A realização de grandes eventos populares vem criando uma identidade cultural que tem chamado a atenção do turista, aqueles que querem conhecer de pertos nossas raízes sertanejas.
Capital da cultura potiguar
A moderna arquitetura do Teatro Municipal Dix-Huit Rosado.
A moderna arquitetura do Teatro Municipal Dix-Huit Rosado em contraste com a Estação das Artes Eliseu Ventania, a antiga estação ferroviária que se transformou em pólo cultural, completam o Corredor Cultural de Mossoró, que oferece excelentes momentos de lazer e cultura para quem faz uma visita a Avenida Rio Branco.

Mossoró também é considerada a capital cultural do estado, possuindo diversos teatros e uma maratona de eventos, como o Mossoró Cidade Junina (uma das maiores festividades juninas do Brasil), e os espetáculos teatrais a céu aberto como o Chuva de Bala no País de Mossoró, Auto da Liberdade e o Auto de Santa Luzia.

Mossoró tem também um dos maiores shoppings do Estado, o Mossoró West Shopping (o primeiro do município), que conta com cerca de 140 lojas, praça de alimentação e futuramente cinco salas de cinema. O município também conta com hotéis com águas termais e um executivo da rede de hotéis francesa Ibis.
Corredor Gastronômico da Avenida Rio Branco
Barzinhos e restaurantes estilizados na Avenida Rio Branco.
A grande Avenida Rio Branco se transformou no Corredor Cultural mossoroense, onde o castelo de Branca de Neve e o mundo encantado de Walt Disney fazem parte do complexo Parque da Criança, espaço reservado para a criançada se divertir.

Casas casadas, coladinhas, bem pintadinhas, que parecem ter surgidas do século 18, forma a praça de convivência onde barzinhos aconchegantes são “points” para a juventude mossoroense e turistas se encontrem numa atmosfera de olhares e paqueras.

Até hoje, o feito da resistência é contado com orgulho pelos mossoroenses. Tanto que a cidade construiu um espaço próprio para homenagear aqueles heróis. Trata-se do Memorial da Resistência de Mossoró. A idéia é permitir que as pessoas façam uma viagem no tempo, para conhecer a Mossoró de 1927 através de grandes painéis.
Mossoró Cidade Junina
Shows na Estação das Artes Elizeu Ventania
O evento “Mossoró Cidade Junina” ocorre durante todo o mês de junho. Atualmente, já é o maior festejo junino do Rio Grande do Norte e um dos maiores do Nordeste, disputando o título “Capital do Forró” com Campina Grande e Caruaru. Shows de artistas locais e bandas nacionais fazem parte da programação dessa festa.

Quando o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” termina, o adro da igreja de São Vicente se esvazia com as pessoas indo à Estação das Artes Eliseu Ventania, sede do evento “Mossoró Cidade Junina”, que na madrugada de um sábado qualquer pode reunir cerca de 30 mil pessoas - público este oriundo de várias partes do Estado e do Brasil.

O projeto "Mossoró Cidade Junina" não dever nada para outras festas juninas de peso, se consolidando como o terceiro maior são João do Nordeste. Antes mesmo de sair de casa, a população já fazia a sua parte na festa, acendendo fogueiras e estourando traques pela cidade, toda enfeitada para os festejos juninos.

O “Mossoró Cidade Junina” não é apenas um evento fechado para quem gosta de forró e ritmos nordestinos. Em mais de 10 anos, o evento se consolidou como um espaço eclético, um lugar reservado para todos os estilos da musicalidade brasileira e internacional.

Com a proposta de realizar um evento pluralizado, onde todas as tribos se sintam atraídas, fez com que o “Mossoró Cidade Junina se” transformasse numa grande salada musical para agradar os mais variados públicos com forró, MPB, pop-rock, regue, samba, música-eletrônica, entre outros balanços.
Chuva de Bala no País de Mossoró
Espetáculo é realizado no adro da Igreja São Vicente, no exato local onde aconteceu o fato.
Mossoró já conquistou tradição em apresentar grandes espetáculos ao ar livre. Durante todo o ano, são apresentados três grandes eventos ao ar livre: O Chuva de Bala no País de Mossoró (junho), o Auto da Liberdade (setembro) e o Oratório de Santa Luzia (dezembro).

Contando a história da batalha dos resistentes mossoroenses contra Lampião e seu bando de cangaceiros, no dia 13 de junho de 1927, espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” acontece em frente à Capela de São Vicente, local onde houve a batalha real, com apresentações sempre no mesmo horário e aberto ao público.

O espetáculo reúne mais de 50 atores em cena, todos locais. A direção da peça é assinada pelo potiguar João Marcelino, que também é responsável pelo cenário. O texto é do escritor e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Tarcísio Gurgel, e a música, do maestro Danilo Guanais.

Pensado inicialmente em ser apresentado apenas em 2002, durante as comemorações dos 75 anos do ataque, a montagem teatral acabou se incorporando oficialmente aos festejos da cidade. Hoje, a encenação integra o “Mossoró Cidade Junina”, programação com vários dias de evento que inclui concertos de sanfoneiros, concursos de quadrilhas, feiras de artesanato, violeiros, entre outras atrações locais, regionais e nacionais.
Os primeiros habitantes e a história mossoroense
Ponte ferroviária sobre o Rio Mossoró. Lugar onde Lampião e seu bando cruzaram o rio em direção a Mossoró.
Os primeiros habitantes da região foram índios monxorós, que eram, segundo o historiador Luiz da Câmara Cascudo, da etnia dos cariris. Alguns historiadores assinalam como da família dos potiguares e até mesmo como tapuias.

Conforme o Mestre Cascudo, os monxorós eram de tipo baixo, ágil, platicefalo (que tem cabeça chata), com hábitos de guerra e espírito taciturno, características dos cariris. Ainda de acordo com Cascudo, no começo do século XVIII, os monxorós foram banidos para a serra dos Dormentes, em Portalegre.

Em 1749, vencidos pelos paiacús, auxiliados pelos bandeirantes Carlos Barromeu e Clemente Gomes de Amorim, os moxorós foram finalmente absorvidos por outras tribos mais fortes.

Cascudo diz que o topônimo provém dos cariris monxorós ou mossorós. Para Antônio Soares, Mossoró é corruptela de mô-çoroc, vocábulo indígena que significa fazer roturas, o que rasga, rompe ou abre fendas.

Em um texto explicando a origem do nome do município, Antônio Soares escreve: “Aplica-se bem ao rio Mossoró, que rasgou ou rompeu a terra marginal em diversos pontos, formando camboas”. No mesmo texto, o autor ainda cita a versão de Saldanhas Marinho, para quem "Mossoró" era corruptela de mororó, árvore muito flexível, resistente e vulgar no norte.
Outras atrações em Mossoró
A “Cidadela” (é uma cidade cenográfica montada ao lado da Capela de São Vicente.

A Cidade é montada ao lado da Igreja São Vicente. Todo ano, há uma programação especial para as crianças, que tem como objetivo resgatar brinquedos e brincadeiras populares como pescaria, gato no pote, pau de sebo, entre outras.

O evento atrai grupos musicais e atrações itinerantes. O concurso de quadrilhas juninas será outra grande atração. A disputa ocorre numa arena de 1,2 mil metros quadrados, com arquibancadas para 2 mil pessoas. No total, 20 mil integrantes, de 300 quadrilhas, vão apresentar-se ao longo da festa, vestindo coloridas roupas típicas.

E mais a pitoresca Fórmula Jegue - corrida com o animal símbolo do sertão nordestino que acontece no “jegódromo”, pertinho da área da Feira do Bode, além de um passeio de burro-taxi pela cidade, completam as atrações do Mossoró Cidade Junina.

Outros retratos de Mossoró
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Tradicional Festival de quadrilha estilizada e matuta.

Divisa entre os Estados RN e CE, entre as praias de Tibau (RN) e Icapuí (CE).

Ponte cortando o Rio Mossoró, no centro da cidade.

Praça do Pax, centro de Mossoró.

Palácio da Resistência, sede da Prefeitura de Mossoró.

Memorial da Resistência, na Avenida Rio Branco.

Grande painéis com fotos originais do gançaço, no Memorial da Resistência.

Prédio da antiga União Caixeiral

Barzinhos e restaurantes do corredor gastronômico, na Avenida Rio Branco.

Castelo de Cinderela. Praça de brincadeiras para crianças, na Avenida Rio Branco.

Espetáculo teatral, realizado na Estação das Artes Elizeu Ventania.

FONTE: http://chaopotiguar.blogspot.com.br
FOTOGRAFIAS ACERVO: ALEX GURGEL

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