Hélio Crisanto
A cobiça é o ópio que inebria o homem
E a carniça que o nutre e o empurra ao lodo
Suas bocas cospem balas
E o veneno exala em suas almas
A vida jaz… vale tão pouco
Fujo atônito como um peregrino sem norte
Correndo da morte
Aniquila-me sozinha a solidão,
Solidão da dúvida
A solidão da incerteza
E da falta de amor ao próximo
Sinto-me um paquiderme inerte-degradado e
resumido ao nada
Ó mundo empedernido, não quero o afago das
tuas mãos prostituídas
E nem o ósculo da tua ira
Quero apenas o amor dos poetas… somente o amor
dos poetas
Enquanto as bombas e os fuzis entoam a ópera
do mal
Enquanto os Osamas e os Saddans enquanto for
Resguardo-me em meu refúgio segurando a
bandeira da paz
Sou clandestino neste mundo cão.
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