quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

POETA NAILSON COSTA



José Nailson de Medeiros Costa

POEMA DA LUTA MINHA


       Sinto que a minha luta

É uma vida que vive em mim.

Sem querer aprendi a semeá-la,

Regá-la, amá-la, enfim.

Ela me toca, me cheira, me irrita.

Ela é bonita, fascina, me excita.

Como me atina seu perfume jasmim!



Mas a luta reclama:  quer se soltar.

Libertar tantas outras que hibernam à lua

(linda, brilhando, um convite ao passeio

pra admirar a bandeira ou o rap  da rua).

com um brado perfeito heróico-retumbante

Liberto  a luta que sai num instante

A praticar alguns versos de inspiração sua.



Ah, luta minha, que decepção!

Algumas lutas dormem tão entorpecidas!

Estão cegas, estropiadas, surdas, mudas.

Tenho medo de não estarem envivecidas,

Pois morre lua, morre luta, morre a fonte

Da mãe-luta que vislumbra o horizonte

Do sonho, do amor, da vida e pátria esclarecidas.



Acordem! Acordem , lutas entristecidas!

Que a mãe-luta não merece tal morte.

Mostrem-lhe que filhos seus não fogem à luta

Juntem-se, unam-se, e num gesto bem forte

Construam um mundo com vida, esperança,

Nos berços esplêndidos um sonho criança

Ostentando sorrisos e cantando a sorte.


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