José Letácio Pereira
O POETA
E O MAR
Certo dia eu à
beira do velho mar
Contei minhas dores
a quem sofria
Entre grande barulho
a rugir a vagar
Atentamente me
olhava e
me ouvia
Contei meus amores,
que tinha a amar
E muito sério
a continuar mui
rugia
Contrariando o tempo
e sem parar
Sem amor e
sem ninguém ali
gemia
Conversando
ali aquele dos
seus amores
Confessou-me
que os não possuíam
Que apenas amava as
belas flores...
Fui saindo de sua
orla pensativo
Pois o poeta e o
mar não tinham
Somente do grande
Deus ser cativo!
José Letácio Pereira
ANSIEDADE
Anseio ver-te musa querida e desnuda,
Anseio ver-te para mim sorrindo,
Anseio que nunca seja para mim muda,
Anseio ver este teu corpo sempre lindo!
Anseio que ao poeta triste não
iluda,
Anseio que não estejas de mim partindo,
Anseio que o dilema do poeta acuda,
Anseio que este dilema seja infindo!
Oh! Guarda minh’alma em tua glória sã,
Livra-me ainda do tremendo afã,
No pantheon, em tua celeste plaga!
És sim a musa santa de todos os poetas
És a inspiração de todos os profetas,
Essa grande ansiedade que ainda vaga!
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