UM SONHO NO ESPAÇO
A cidade dorme, o silêncio vagueia
Ninguém aparece trazendo um alento
E o pobre poeta no seu aposento
Levanta a cabeça e acende a candeia
Abre uma janela que dá para rua
Não há movimento, tudo é solidão
E o pobre poeta vê na amplidão
O retrato dela gravado na lua
Trago na lembrança os anseios seus
Quando a solidão vem me fazer guerra
O seu corpo dorme no seio da terra
Seu espírito canta louvores a Deus
Nas horas silentes bate o coração
Não há quem lhe traga um gesto animado
E o pobre poeta suporta calado
A dor sufocante da separação
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