REGINALDO ANDRADE EX-VEREADOR E COMERCIANTE DE UMA BAR NO BEIRA-RIO
Reginaldo Andrade era uma pessoa muito querida em Santa Cruz.
Funcionário público federal, lotado no DNOCS, vereador,marchante,cozinheiro de mão cheia e boêmio.
Reginaldo,
casado com dona Maria, morou durante os últimos anos de vida, ao lado
do açude público de Santa Cruz, em local chamado Beira-Rio.
Foi
durante muito tempo, proprietário de um restaurante, em um prédio ao
lado de sua casa, pertecente ao Major Theodorico Bezerra.
Nos finais de semana o restaurante ficava lotado de gente, para saborear a chã-de-fora,assada na brasa, feita por ele.
Vez
por outra,Reginaldo chamava o táxi de Luiz Fernando,um opala 72,para ir
à feira,comprar uma perua, para preparar em casa e convidar os amigos
para comer,tomando cachaça e cerveja.
Costumava
beber com Joaquim Lelê, em um boteco próximo da casa das bicicletas de
Edvaldo Umbelino. Apreciava cachaça e ultimamente,já sentindo o peso da
idade, bebia acrescentando pimenta no copo,pois segundo ele dizia,era
bom pra manter o tesão.
Um belo dia ele estava com Lelê e apareceram umas meninas de Maria Gorda no boteco e ficaram bebendo com eles até muito tarde.
Dona
Maria, preocupada com a demora, pergunta a um rapaz que passava de moto
se ele sabia do paradeiro de Reginaldo. O rapaz informou:
-Ele está num buteco na rua do canjerê, com Lelê e uma três quengas.
Foi o suficiente pra dona Maria ficar furiosa.
Uma
hora depois, chega Reginaldo, no opala de Luiz Fernando,já embriagado e
cansado.Não entrou nem em casa, foi direto pra uma rede que ficava
armada no alpendre,onde descansava ao meio dia,após o almoço.
Deitou-se,cobriu o rosto com um lençol e antes que pudesse cochilar,dona Maria apareceu aos gritos:
-Cabra
velho sem-vergonha,não tem vergonha na cara,pai de neto,funcionário
público,ex-vereador,sentado num buteco com aquele outro sem-vergonha do
Lelê com uma ruma de " mulheres da vida".
Continuou dona Maria,aos berros:
-Você sabia que é corno ? Pois se não sabia,fique sabendo,você é corno.
Reginaldo calmamente,tirou o lençol do rosto,olhou pra dona Maria bem calmo e falou:
-Eu num vi,num voga!
Puxou o lençol pra cara e foi dormir.
TEXTO DE CHAGAS LOURENÇO
Chl
Jul/2011
TEXTO DE CHAGAS LOURENÇO
Chl
Jul/2011
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