O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), avalia que a proposta de emenda deve ser derrubada
Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados
(Leonardo Prado/Câmara)
Líderes da Câmara dos Deputados vão colocar em votação ainda nesta
terça-feira a emenda constitucional que retira os poderes de
investigação do Ministério Público. A chamada PEC 37
se transformou em um dos principais pontos de pauta dos últimos
protestos nas ruas e não seria mais votada nesta semana, como
originalmente cogitado. A decisão representa uma forma dos políticos
darem uma resposta às recentes manifestações populares e tentar melhorar
a imagem de inércia do Congresso Nacional, e foi tomada em reunião do
presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) com as principais
lideranças partidárias na manhã desta terça-feira. Embora o acordo
envolva apenas pautar o tema em plenário – sem exigência de derrubada do
texto – a tendência é que a PEC 37 seja sepultada sem maiores
dificuldades.
“O povo está fazendo sua parte, reclamando, protestando, nos convocando
e estamos cumprindo nosso dever, votando aquilo que achamos importante
que tem que votar para nos antenar. Na minha avaliação, vamos derrubar a
PEC 37”, disse Alves.
Na reunião de líderes, apenas PT e PP se manifestaram contra a
possibilidade de pautar a PEC de imediato e pediram – em vão – que as
discussões fossem adiadas pelo menos até agosto. Neste intervalo, os
dois partidos pretendiam costurar entendimentos para que projetos de lei
paralelos e mais brandos, como a definição de prazos para promotores ou
procuradores que tivessem processos em mão, pudessem ser apreciados.
Com a decisão desta terça, serão votados também em plenário a medida
provisória 611, que libera recursos para o Ministério das Comunicações,
Desenvolvimento Agrário, Defesa e Integração Nacional, a proposta de
Fundo de Participação dos Estados (FPE), a destinação de royalties para
políticas de educação e, por fim, a PEC 37.
De acordo com parlamentares que participaram do acordo, 90% da base governista concordou em levar à votação a PEC 37. Partidos como o PMDB não pretendem fechar posição contra a proposta e vão liberar a bancada. O PSDB, por sua vez, fechou questão contra a iniciativa de retirar poderes do Ministério Público e vai encaminhar voto contrário.
“O recado das ruas foi claro. Temos que ter sintonia”, disse o vice-líder do PSDB, Duarte Nogueira (PSDB-SP). “A PEC 37 vai a voto hoje. Ela integra uma pauta positiva do Congresso de hoje para amanhã. As ruas estão exigindo que se dê uma resposta à sociedade”, afirmou o líder do PT, José Guimarães (PT-CE).
Royalties – Embora o Palácio do Planalto tenha defendido que todos os royalties arrecadados com o petróleo explorado na camada pré-sal sejam destinados a projetos de educação, os líderes partidários tentarão aprovar uma nova fórmula, com 75% dos recursos para a educação e 25% para políticas de saúde. Como o governo é contrário a essa iniciativa, os governistas podem utilizar esse argumento para paralisar as votações desta noite.
De acordo com parlamentares que participaram do acordo, 90% da base governista concordou em levar à votação a PEC 37. Partidos como o PMDB não pretendem fechar posição contra a proposta e vão liberar a bancada. O PSDB, por sua vez, fechou questão contra a iniciativa de retirar poderes do Ministério Público e vai encaminhar voto contrário.
“O recado das ruas foi claro. Temos que ter sintonia”, disse o vice-líder do PSDB, Duarte Nogueira (PSDB-SP). “A PEC 37 vai a voto hoje. Ela integra uma pauta positiva do Congresso de hoje para amanhã. As ruas estão exigindo que se dê uma resposta à sociedade”, afirmou o líder do PT, José Guimarães (PT-CE).
Royalties – Embora o Palácio do Planalto tenha defendido que todos os royalties arrecadados com o petróleo explorado na camada pré-sal sejam destinados a projetos de educação, os líderes partidários tentarão aprovar uma nova fórmula, com 75% dos recursos para a educação e 25% para políticas de saúde. Como o governo é contrário a essa iniciativa, os governistas podem utilizar esse argumento para paralisar as votações desta noite.
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