sábado, 10 de novembro de 2012

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SANTA CRUZ RN


11  DE DEZEMBRO DATA DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SANTA CRUZ
Breve Contextualização deste Período Histórico

Neste contexto, em 1876 o Brasil era governado pelo Imperador Dom Pedro II, que naquela ocasião já estava cansado e  sem “autoridade política” isto é, o País se encontrava no desmando, os militares já não mais acreditava no regime absolutista, buscava-se os ideais de soberania nacional, de participação popular e, sobretudo, se espelhavam na república federativa americana com uma intenção social-democrática. No estado do Rio Grande do Norte este ideal também se acentuava, uma vez que os grandes latifundiários se tornara ‘inimigos” da Corte Real, fato motivado principalmente a partir da absolvição da escravidão, o que precisamente acarretou enormes  gastos com nova mão-de-obra, causando a estes, um desconforto financeiro. Sendo Assim, ao término do século XIX  começaram as transformações mais importantes do nosso País , dentre elas a decadência do regime de escravidão com a substituição da mão-de-obra escrava pela assalariada; aperfeiçoamento dos métodos de cultivo do café.  As mudanças econômicas somavam-se as mudanças sociais gerando novos interesses e reivindicações. As cidades cresciam e a “camada” mais acentuada da população urbana começava a ganhar alguma representação social. No Brasil após a  Guerra do Paraguai, conhecida como guerra da tríplice aliança: Brasil, Argentina e Uruguai, com a vitória dos países aliados, um novo cenário político  começa a se “desenhar”  tudo dentro de uma Perspectiva crítica ao regime vigente. Neste momento histórico,  o Nosso estado era governado pelo Doutor Antônio dos Passos Miranda (1847 — 1899), que na referida época administrava a província  do Rio Grande do Norte, nomeado por carta imperial com mandato de 20 de junho de 1876 a 18 de abril de 1877. Desta forma, registra-se neste dado momento histórico o contínuo enfraquecimento do regime monárquico no Brasil, pelos seguintes aspectos: falta de apoio dos grandes  latifundiários de terras ao governo central, pelo fato da Lei Eusébio de Queiroz (1850), ter extinto oficialmente o tráfico de escravos no Brasil e da Lei do Ventre Livre (1871) que tornou livre os filhos de escravos nascidos após a promulgação da lei, insatisfação dos oficiais do exército, corrupção na Corte, ideais democráticos, etc. Partindo deste pressuposto, verifica-se  que em vários estados ou províncias, os seguidores do Regime imperial ou “magnatas do Poder”  já temiam retaliações por parte dos defensores republicanos, e por conseguinte, por trás das “cortinas” já colaboravam com os  representantes do futuro regime político. Vale salientar que estes chefes de província  nomeados pelo governo central, (imperador Dom Pedro II), na sua grande maioria se tornaram amigos de grandes latifundiários, usineiros, fazendeiros, políticos locais entre outros e, acabavam cedendo para estes, algumas regalias oferecidas pelo governo imperial. 
Neste cenário histórico, em nosso estado detinha o prestígio político e boa amizade com o Dr. Antonio Passos de Miranda, então  Presidente da província do  Rio Grande do Norte, o Tenente Coronel e deputado estadual Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Meneses, que junto ao Padre Antônio Rafael Gomes de Melo,Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros, conseguiram assim a emancipação política da povoação de Santa Cruz, que recebeu a denominação oficial de VILA DO TRAIRI, que até então ainda pertencia a São José do Mipibú, mas que por força da Lei nº 777 de 11  de  Dezembro de 1876, sancionada pelo presidente da província, passou a ser município autônomo e com grande poder político. Neste período  se verifica  que o coronel Ivo Abdias  Furtado de Mendonça e Meneses, intencionava melhorar e aumentar o seu reduto eleitoral, passando a comandar junto com a sua equipe o município  que popularmente era conhecido por Santa Cruz da Ribeira do Trairi, que na época contava com uma grande área, contemplando os territórios e população das atuais cidades:  Tangará, São Bento do Trairi, Coronel Ezequiel, Jaçanã, Campo Redondo, Lajes Pintada, Japi  e  parte do território de São Tomé. Para tanto, há de se convir, que o propósito  maior  defendido pelos “atores” da emancipação política do nosso município, não era apenas de cunho cívico, jurídico e administrativo, conforme descritos  na justificativa do  documento “abaixo assinado” mas sim, intenções puramente motivadas por interesses políticos, econômicos  e pessoais.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO SANTA CRUZ: NOSSA HISTÓRIA, NOSSA GENTE, AUTOR: EDGAR SANTOS (2010) 

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