11 DE DEZEMBRO DATA DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SANTA CRUZ
Breve Contextualização deste Período Histórico
Neste
contexto, em 1876 o Brasil era governado pelo Imperador Dom Pedro II, que
naquela ocasião já estava cansado e sem
“autoridade política” isto é, o País se encontrava no desmando, os militares já
não mais acreditava no regime absolutista, buscava-se os ideais de soberania
nacional, de participação popular e, sobretudo, se espelhavam na república
federativa americana com uma intenção social-democrática. No estado do Rio
Grande do Norte este ideal também se acentuava, uma vez que os grandes
latifundiários se tornara ‘inimigos” da Corte Real, fato motivado
principalmente a partir da absolvição da escravidão, o que precisamente
acarretou enormes gastos com nova
mão-de-obra, causando a estes, um desconforto financeiro. Sendo Assim, ao
término do século XIX começaram as
transformações mais importantes do nosso País , dentre elas a decadência do
regime de escravidão com a substituição da mão-de-obra escrava pela assalariada;
aperfeiçoamento dos métodos de cultivo do café.
As mudanças econômicas somavam-se as mudanças sociais gerando novos
interesses e reivindicações. As cidades cresciam e a “camada” mais acentuada da
população urbana começava a ganhar alguma representação social. No Brasil após
a Guerra do Paraguai, conhecida como
guerra da tríplice aliança: Brasil, Argentina e Uruguai, com a vitória dos
países aliados, um novo cenário político
começa a se “desenhar” tudo
dentro de uma Perspectiva crítica ao regime vigente. Neste momento
histórico, o Nosso estado era governado
pelo Doutor Antônio dos Passos Miranda (1847 — 1899), que na referida
época administrava a província do Rio
Grande do Norte, nomeado por carta imperial com mandato de 20 de junho de 1876
a 18 de abril de 1877. Desta forma, registra-se neste dado momento histórico o
contínuo enfraquecimento do regime monárquico no Brasil, pelos seguintes
aspectos: falta de apoio dos grandes
latifundiários de terras ao governo central, pelo fato da Lei Eusébio de
Queiroz (1850), ter extinto oficialmente o tráfico de escravos no Brasil e da
Lei do Ventre Livre (1871) que tornou livre os filhos de escravos nascidos após
a promulgação da lei, insatisfação dos oficiais do exército, corrupção na
Corte, ideais democráticos, etc. Partindo deste pressuposto, verifica-se que em vários estados ou províncias, os
seguidores do Regime imperial ou “magnatas do Poder” já temiam retaliações por parte dos
defensores republicanos, e por conseguinte, por trás das “cortinas” já
colaboravam com os representantes do
futuro regime político. Vale salientar que estes chefes de província nomeados pelo governo central, (imperador Dom
Pedro II), na sua grande maioria se tornaram amigos de grandes latifundiários,
usineiros, fazendeiros, políticos locais entre outros e, acabavam cedendo para
estes, algumas regalias oferecidas pelo governo imperial.
Neste
cenário histórico, em nosso estado detinha o prestígio político e boa amizade
com o Dr. Antonio Passos de Miranda, então
Presidente da província do Rio
Grande do Norte, o Tenente Coronel e deputado estadual Ivo Abdias Furtado de
Mendonça e Meneses, que junto ao Padre Antônio Rafael Gomes de Melo,Trajano
José de Faria e Félix Antônio de Medeiros, conseguiram assim a emancipação
política da povoação de Santa Cruz, que recebeu a denominação oficial de VILA
DO TRAIRI, que até então ainda pertencia a São José do Mipibú, mas que por
força da Lei nº 777 de 11 de Dezembro de 1876, sancionada pelo presidente
da província, passou a ser município autônomo e com grande poder político.
Neste período se verifica que o coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Meneses, intencionava
melhorar e aumentar o seu reduto eleitoral, passando a comandar junto com a sua
equipe o município que popularmente era
conhecido por Santa Cruz da Ribeira do Trairi, que na época contava com uma
grande área, contemplando os territórios e população das atuais cidades: Tangará, São Bento do Trairi, Coronel
Ezequiel, Jaçanã, Campo Redondo, Lajes Pintada, Japi e
parte do território de São Tomé. Para tanto, há de se convir, que o
propósito maior defendido pelos “atores” da emancipação
política do nosso município, não era apenas de cunho cívico, jurídico e
administrativo, conforme descritos na
justificativa do documento “abaixo
assinado” mas sim, intenções puramente motivadas por interesses políticos,
econômicos e pessoais.
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO SANTA CRUZ: NOSSA HISTÓRIA, NOSSA GENTE, AUTOR: EDGAR SANTOS (2010)
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